O pesquisador Ricardo Paes de Barros fala sobre a importância da educação integral para a sociedade. Gerar conhecimento sobre o tema é o objetivo do novo Centro, que conta com o apoio dos institutos Natura e Sonho Grande
O pesquisador Ricardo Paes de Barros
O Insper promove nesta quinta-feira, 7 de julho, das 9h30 ao meio-dia, em seu auditório, o evento de lançamento do Centro de Evidências da Educação Integral, que faz parte do Centro de Gestão e Políticas Públicas (CGPP). Estarão presentes gestores públicos, representantes do terceiro setor e outros especialistas no tema, além do professor Ricardo Paes de Barros, principal pesquisador do Centro, que conta com o apoio dos institutos Natura e Sonho Grande.
Em entrevista, Paes de Barros antecipou alguns pontos que serão debatidos no evento. “São muitos os benefícios da educação integral, como o aumento da renda futura que será auferida pelo profissional no mercado de trabalho e o ganho de produtividade para a economia do país”, afirmou.
Em 2021, apenas 14% das matrículas na Educação Básica no país foram em turmas de tempo integral
Estudos realizados pelo Centro de Gestão e Políticas Públicas do Insper observaram que o investimento em educação integral está correlacionado com uma série de ganhos econômicos e sociais, desde o aumento da futura renda do aluno até o crescimento da produtividade do país e a redução da taxa de homicídios.
Apesar dessa correlação, o ensino integral ainda é pouco difundido no país. Em 2021, 12% das matrículas na Educação Básica foram feitas em turmas de tempo integral na rede pública e 2% na rede privada.
O debate passa pela identificação das disparidades de gênero e raça que são responsabilidade das empresas e das que extrapolam o meio corporativo, diz o economista Michael França
Bonecos representando a desigualdade de gênero e raça
As razões que levam à exclusão social no Brasil são várias e seus efeitos nas disparidades estão retratados nos resultados do estudo Gênero e Raça no Setor de Publicidade, desenvolvido pelos pesquisadores Michael França, Rafael Tavares e Lucas C. Rodrigues, do Núcleo de Estudos Raciais do Insper. “Constatamos algo que já tem sido repercutido há um bom tempo, que é a alta lacuna salarial quando se comparam homens brancos e mulheres negras, homens brancos e mulheres brancas e homens brancos e homens negros”, diz França, coordenador do núcleo.
Estudo simulou os impactos positivos na hipótese de o funcionalismo público ser submetido a um regime trabalhista similar ao dos empregados privados
Funcionários em um escritório
Se o risco de perder o emprego e o salário no setor público brasileiro fosse similar ao vigente no regime dos trabalhadores do setor privado, haveria um ganho significativo no volume de poupança familiar no país, bem como nas horas trabalhadas pelos funcionários governamentais. O saldo da alteração também aumentaria a renda, o estoque de capital e o nível de bem-estar material no Brasil. Os pesquisadores Luis Bettoni e Marcelo Santos, do Insper, chegaram a essas conclusões submetendo dados da Relação Anual de Informações Sociais, do governo federal, a um modelo analítico desenvolvido para simular os efeitos dessa alteração hipotética de ambiente trabalhista em algumas variáveis econômicas.
Em bate-papo promovido pelo Comitê Alumni de Gestão e Políticas Públicas, o empreendedor Tomaz Vicente Santos apresentou a proposta do chatbot Pesquizap
O empreendedor Tomaz Vicente dos Santos, da startup Catálise
Um dos maiores desafios para implementar políticas públicas no Brasil está na escala. O território de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, que abriga 212 milhões de habitantes espalhados por mais de 5.500 municípios, apresenta uma série de dificuldades em termos de escala e capilaridade. Nessas condições, como medir a eficácia de programas em andamento, de forma ágil, eficaz e contínua? A carreira do paulistano Tomaz Vicente Santos o conduziu a lidar com esse desafio.
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